Autocuidado e masculinidades em homens universitários

Resumo

Introdução. A construção da masculinidade hegemónica é considerada um factor de risco porque limita a capacidade dos homens de se sentirem vulneráveis e/ou frágeis em situações de perigo evidente. Objectivo: argumentar, numa perspectiva de género, como a categoria de masculinidade, enquanto conceito socialmente configurado pela cultura patriarcal, impede o autocuidado e determina comportamentos de risco nos homens no contexto local e nacional. Métodos. Desenho qualitativo, do ponto de vista estrutural das Representações Sociais. Os participantes são 17 estudantes masculinos do Bacharelato em Enfermagem. A selecção foi realizada com a estratégia de amostragem propositada orientada para encontrar certas variações em algumas características dos informadores. Resultados. Os primeiros e mais frequentes elementos a serem evocados na representação social: higiene, saúde, cuidados pessoais e protecção de si próprio.  Relativamente à primeira periferia, existem elementos de alta frequência e baixa importância: exercício, responsabilidade e alimentação saudável. No prototípico encontramos também aqueles com baixa frequência e alta importância. Este quadrante pode ser expresso como um subtipo de representação: preservativo, segurança, disciplina, auto-estima, bem-estar, autonomia, não fumar, aparência e enfermagem. Conclusões. Há duas ideias gerais que emergem em relação ao que tem sido argumentado. A primeira é uma clara ausência de uma ética de cuidado nos homens, um aspecto associado à reflexão sobre si próprios como sujeitos sencientes -ligando-se ao corpo não só fisicamente mas também emocionalmente -. O segundo é que existe uma abordagem baseada no risco, mas não uma abordagem baseada na saúde.